quinta-feira, 1 de março de 2007

Mais sobre o Aquecimento Global

Vou é dizer mais sobre o aquecimento. Antes de começar, um comentário: num é verdade que já tá com ar de notícia velha?! É como se o problema tivesse até ido embora...

Mas nesse novo texto, quero falar mais sobre algumas coisas que só levantei no texto anterior, que era mais geral, só pra não deixar de dizer algo no momento, no calor da discussão, pra fazer refletir sob outro ponto de vista.

Dessa vez quero aprofundar algumas coisas. A primeira delas tem a ver com o germe do aquecimento global: Afinal, o que é o motor desses problemas ambientais como um todo? Qual é a força motriz que cadencia tudo isso?
É o capitalismo. Ou melhor, o modo de produção capitalista. Como o próprio termo sugere, é o modo de produzir o sistema capitalista. Foi o modelo capitalista o responsável por fazer em cinco séculos aquilo que a humanidade não fez em toda a sua existência. O interessante é que quando vem à tona qualquer discussão desse tipo, nunca se cogita questionar o sistema vigente. Tais discussões nunca salientam a raiz que nutre esses problemas.
No capitalismo, a mercadoria universal é o dinheiro. Parece bobagem, mas muita gente não pensa no dinheiro como uma mercadoria. E como qualquer mercadoria, ela possui um valor – representa o trabalho necessário para obtê-la. Agora, a partir daí, pense na nossa sociedade atual, onde uma pessoa pode acumular dinheiro irrestritamente, ao ponto de acumular por mês o equivalente ao sustento de dez, de cem, de mil pessoas? Esse dinheiro (essa mercadoria) excedente no mundo tem sua origem em algum lugar da natureza.
O que quero mostrar com isso é que esse excedente de mercadorias que o capitalismo possibilitou acumular é produzido às custas do estrangulamento do planeta. Os recursos naturais estão em escassez hoje devido às necessidades criadas por esse sistema, e não há outra saída para saciar tais necessidades, se não exaurindo as riquezas do planeta. O detalhe é que estamos consumindo muito além da cota que o planeta suporta.
Essa corrida no desfiladeiro está cada vez mais intensa. Na época da ECO 92, a idéia era reduzir em 5% na emissão de poluentes pros países industrializados. Porém o balanço apresentado em 2004 na Convenção de Mudanças Climáticas mostra que de 90 até 04 houve foi um aumento de 11%. Hehehehe. E na contrapartida do desespero, 80% das mercadorias consumidas no mundo estão concentradas em apenas 20% da população mundial atualmente. Isso ilustra um pouco do que eu disse no começo.

Até aqui o que pretendi foi mostrar macro-aspectos de como o capitalismo em que vivemos é responsável por tudo isso. Só que nesse quadro amplo aí, existem características peculiares, hábitos específicos que geram enormes prejuízos ao ecossistema. Gostaria de falar sobre um deles.

O hábito que quero destacar nesse texto é o da alimentação. Quero mostrar as implicações da alimentação e da produção de alimentos na sociedade capitalista. O hábito aparentemente inocente de se alimentar tem implicações diretas na poluição do planeta e efeito estufa.
Pra começar, a FAO revelou no ano passado que 18% (quase um quinto) das emissões dos gases que provocam o efeito estufa. Ou seja: polui mais do que Todo o setor de transporte (desde moto e carro até avião e barco).
Entre os 75% das emissões brasileiras, grande parte se concentra no rebanho bovino, pois tem o segundo maior rebanho bovino do mundo (FAO). Nosso rebanho bovino emite 10 Milhões de toneladas de metano por ano (isso corresponde a mais Trezentos Milhões de Toneladas de dióxido de carbono).

Isso sem contar a poluição impiedosa despejada nos rios, açudes e nascentes despejada diariamente, que são as fezes dos animais criados pro abate e pra produção de leite e de ovos. Tudo isso se converte na dieta de grande parte da população humana.

Vou parar por aqui, mas queria que a nossa reflexão individual, nossa consulta interior a respeito de tudo isso não parasse por aqui, não. O consumo e o não-consumo de alimentos é uma das formas de boicote e de protesto mais eficazes que já vi. É ininterrupta, é 24 horas por dia. Pense no poder que isso representa e a serviço de quem está sendo utilizado. Em nome da coerência.

Um comentário:

Anônimo disse...

hehehehehe

A velha história do aquecimento global... eu fico de cara como que o bagulho é tratado...
Interessante foi o que CaioFabio falou domingo passado... antigamente os magos e profetas anunciavas a desgraça, hoje, são os cientistas...

 
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