quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Agora é tarde (ou: a arte de tirar com concha aquilo que se dá com colher)

Vejo as eleições municipais. Melhor, como no DF não tem, vejo a sua áurea: adesivos nos carros migrantes, um anúncio ou outro, algo nos jornais e, principalmente, os alarmantes comerciais da Justiça Eleitoral.
Estratégias mil. Idéias bem boladas. Produção de alta qualidade. Vê-se que a Justiça Eleitoral, que o Governo Federal não poupou dinheiro – o nosso dinheiro chorado – pra produzir esses comerciais. E aquele da abelha no ouvido do homem?
Só tem um pequeno detalhe: será que foi pensado sobre o longo caminho a se trilhar entre os alertas bem bolados e a real escolha consciente do eleitorado dos municípios? (Ah.. pra que pensar nisso.. isso é bobagem)

Dinheiro investido em escolas? Debates públicos? Denúncia de candidatos com ficha suja? Cidadania? Isso não. Acertado é investir pesado em propagandas genéricas incentivando a votar e aterrorizar.

Vá lá... Vamos desmarcar... É claro que o compromisso do Governo não é com o voto consciente, conseqüente. O que importa é o voto. Fortalecer essa máquina que se convencionou chamar de democracia, fortalecer o próprio Governo em seu mandato, fingir estar realizando uma campanha pelo bem-votar. Dar com a colher daquilo que se tira a fundas conchas. Afinal, de que valem essas propagandas se as pessoas tem sequer acesso à educação de qualidade? De que adiantar dizer que o voto de um fulano tem valor, se ele mesmo é tratado como se não valesse nada? Nada além do direito de ser explorado – quando o tem. Agora é tarde.. aliás, missão cumprida.


 
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