sábado, 31 de maio de 2008

Dois aniversários atrasados

Vamos lá. Ressuscitando o Carta Desmarcada com comemorações. Essa postagem se divide em duas, já que são dois aniversários diferentes. Vou começar com um deles, e o outro só digo na próxima postagem. Espero que gostem.
O primeiro deles é o aniversário de um... Eu poderia dizer que é de um livro, mas considero que possa ser mais que isso. Poderia dizer que é um manifesto, mas também pode ser mais. Na verdade, o que dizer de uma obra como a que foi e continua sendo Manifesto Comunista?
O Manifesto completou 160 anos agora em 2008. Acho que o clima é de festa. Afinal, trata-se de uma obra que vem de 1848 predizendo, vem acertando acerca dos rumos de uma sociedade aí, que por coincidência é a sociedade em que vivemos hoje. Analisar a atualidade daquelas palavras é algo muito interessante e impressionante, mas que não é o que vou fazer aqui. Nem acho também o momento pra falar das bases comunistas lançadas com o Manifesto. Tudo isso é muito bom, muito interessante, mas vai ter que ficar pra outra ocasião.
O que vou destacar aqui é aquilo que penso ser um dos principais pontos do Manifesto, que é (tão óbvio quanto desapercebido) bradar ao mundo o que é o comunismo e o que pensam os comunistas acerca das coisas que vêem e das coisas que buscam. É um livro que traz em si valor intrínseco, por mostrar do que se trata a sociedade que “converteu o médico, o jurista, o padre, o poeta, o sábio em assalariados ao seu serviço”, que reduziu a enorme e rica diversidade do trabalho humano ao pó das relações de troca, onde converte-se em objetos de troca, em mercadorias.
Qualquer semelhança com o que foi denunciado há 160 anos atrás e a situação atual não é por acaso. Talvez não tenha exemplo melhor do que o seu próprio dilema aí em relação a sua vida profissional (presente ou futura).
Teve uma festa de aniversário e eu fui, esse mês, no Teatro dos Bancários. A efusão de reflexões sobre a atualidade desse pequeno-grande texto foi demais. Educação, sociedade, política, psicanálise... teve de tudo. Um chamado à união do proletariado do mundo inteiro, global como tinha que ser, tal como era o prognóstico de expansão capitalista, ainda ecoa. Um livro leve, de leitura rápida, muito rico, sortido, e doses de ironia são algumas de suas características mais convidativas. Acho que, de presente pelo aniversário de 160 anos, todo mundo deveria ler de novo o Manifesto do Comunista. Meus parabéns.

- Pra quem tiver interesse, no espaço de comentários a gente pode discutir o que vier sobre o livro. Esse texto que eu fiz foi mais um lembrete, um convite.




Foto do evento no Teatro dos Bancários
160 anos do Manifesto Comunista
 
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