O dia de votar está chegando. Vejo que muita gente está indecisa, e isso se deve a vários motivos: descrença na política, decepção por ter votado em corrupto/a, etc. Como eu estou muito convicto de que meu voto vai para um candidato que representa a proposta de mudança, de compromisso e de ética, decidi fazer uma declaração de voto, para que as pessoas que acessam este site possam ter mais uma referência e possam fundamentar melhor sua decisão. E sem proselitismo aqui, pois a grande mídia toda tem candidatos definidos, e tem feito campanha há mais de um ano para eles. A diferença é que eles não abrem suas escolhas, pois isso poderia abalar a ideia de que tudo o que eles falam é a verdade imparcial das coisas, e não um ponto de vista influenciado por visões de mundo, por objetivos e por princípios.
Sem mais delongas, digo a quem interessar que o meu voto para deputado distrital será de Rafa Madeira – 50500 – do PSOL. E vou dizer o porquê dessa escolha. Quem quiser mais detalhes ou esclarecer algum ponto específico, é só entrar em contato comigo.
A candidatura do Rafa tem limitações de princípios – ele não faz certos tipos de alianças e nem muda suas propostas apenas para chegar mais perto da vitória nas urnas – o compromisso é com a classe trabalhadora e suas necessidades, mesmo sabendo que isso pode dificultar em muito a vitória nas urnas. A questão é que para o Rafa, a “vitória nas urnas” está em segundo plano. Por mais estranho que isso pareça, isso muito me alegra: a grande vitória é agregar o máximo de pessoas possível a um outro projeto de sociedade, radicalmente comprometido com a justiça, com a igualdade e com a ética, um projeto de reconstrução dessa cidade que foi erguida em corrupção desde que foi fundada. Para nós, isso vale mais do que a vitória a qualquer custo.
Eu poderia falar de propostas, ou poderia falar do posicionamento político, e essas coisas que são pressupostos de qualquer candidato a político. Mas eu digo a vocês por que eu me sinto tão confiante para votar no Rafa, mesmo em tempo de generalizado desencantamento político no DF.
Estava eu, em dezembro em 2008, à véspera do Natal, pensando na forma como eu deveria passar essa data, que, fora o caráter capitalista, simboliza algo tão importante na minha vida. Pensei que naquele ano eu iria fazer diferente. Queria fazer algo que melhor combinasse com a postura e a vida de Jesus Cristo. Fiquei matutando, até que tive a ideia de passar o natal com os meninos do Giração, um excelente trabalho com meninos e meninas em situação de rua do Distrito Federal. Para lá eu fui. E lá encontrei, além dos meninos que ali passaram um natal farto e fraterno, pessoas conhecidas e envolvidas com aquele trabalho. O fato é que nem sei como foi que se deu, mas naquela mesma noite eu conheci o Rafa e estava conversando com ele como se nos conhecêssemos há muitos anos. Eu acho que aconteceu de que o sentimento que temos é semelhante e antigo. De amor à justiça, de amor e reverência às crianças, e os sortidos sonhos de um tempo vindouro melhor. Esse sentimento é antigo, vem desde o primeiro natal, e aproxima e estreita as pessoas que dividem esse amor, mesmo que elas se conheçam há poucos instantes.
Se isso pra mim não bastasse, que bastem pra mim os encontros depois desse dia. Nos encontramos nas barricadas da vida, onde vivemos em vida aquilo que amamos e sonhamos. No dia do massacre promovido pelo então imperador Arruda, e executado pelos cavaleiros do apocalipse, onde choramos com as bombas de lacrimogênio e tomamos bordoadas pela defesa da nossa cidade, sem arredar os pés. Mal sabia o carunchoso Arruda que o apocalipse que aqueles cavaleiros anunciavam era o dele mesmo. E depois nós marchamos juntos muitas vezes pela ruína da corrupção que humilhava Brasília mais do que já pareceu ser possível, e depois nós fizemos vigílias, e fizemos campana, ocupando a sede da Câmara Legislativa, onde com muitos companheiros lutadores dormimos por dias, ele mais do que eu, alimentando a chama da justiça que veio queimar uma leva de corruptos, ainda insuficiente para moralizar a cidade, mas amostra suficiente para porvar que o povo mobilizado tem poder para transformar. Vejo na candidatura de Rafa Madeira uma chance de sermos representados por um que é dos nossos, não por que disse que o é, mas porque se fez povo na medida em que agiu como povo, e eu me sinto parte dessa candidatura. E tem mais histórias para contar, mas por ora já basta pra dizer o que eu queria ter dito.
O nome dele é Rafa Madeira, o nº 50500, para Deputado Distrital.
Nessas eleições, eu votarei Rafa Madeira, o cara com quem passei a noite de natal com mendigos.
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Para mais do que isso, me escreva,
Para mais sobre o Rafa, acesse: http://www.rafamadeira.com.br/